Consciência, cultura e compromisso com um futuro sem racismo
Por Blog do Eloilton Cajuhy – BEC
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O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, marca o assassinato de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra no Brasil. A data não é apenas uma lembrança histórica, mas um convite à reflexão sobre o passado, o presente e o futuro da população negra em nosso país.
Por que essa data importa?
O 20 de novembro surge como contraponto à narrativa oficial que, por muito tempo, silenciou a verdadeira dimensão da luta negra. Ao escolher Zumbi como referência, o país reconhece que sua história não foi construída apenas por governantes e colonizadores, mas também por aqueles que resistiram contra a escravidão, preservaram sua cultura e lutaram pela liberdade.
A data propõe uma pausa para analisarmos como as marcas desse período ainda reverberam nas desigualdades sociais, econômicas e raciais que vemos hoje.
A influência negra na formação do Brasil
É impossível contar a história do Brasil sem destacar a profunda influência africana. Da culinária à música, da religião à língua, do trabalho à arte, a presença negra moldou nossa identidade. O samba, o candomblé, a capoeira, o feijão com dendê, o Carnaval, as expressões linguísticas, o ritmo, a criatividade, o corpo que dança, a força que constrói: tudo isso é herança. São contribuições que não apenas enriqueceram nossa cultura, mas deram ao Brasil sua singularidade diante do mundo.
Além da cultura, a contribuição negra está no trabalho forçado que sustentou a economia colonial por mais de três séculos, no talento intelectual, artístico, científico e esportivo que segue elevando o país. Do chão das senzalas às universidades, dos quilombos à política, a população negra segue abrindo caminhos.
Consciência Negra é também consciência de desigualdade
Celebrar o 20 de novembro não é apenas exaltar a cultura afro-brasileira. É também reconhecer que, apesar de tudo o que já foi conquistado, a população negra ainda enfrenta desafios estruturais:
- maior vulnerabilidade social
- menor acesso a oportunidades
- violência policial desproporcional
- racismo no mercado de trabalho
- estereótipos na mídia e na sociedade
Essas dificuldades não são frutos do acaso, mas de um processo histórico que atravessa séculos. Por isso, o Dia da Consciência Negra também é um chamado para repensar nossas atitudes, privilégios e omissões.
A luta contra o racismo continua
O combate ao racismo não se faz apenas em discursos, mas em práticas. Ele começa na escola, na família, nas empresas, nos veículos de comunicação, no convívio diário. É reconhecer que representatividade importa, que políticas de inclusão são necessárias, que ouvir vozes negras é fundamental. É entender que o racismo não é um problema exclusivo de quem o sofre, mas de toda a sociedade.
Refletir, aprender e agir
O Dia da Consciência Negra é um convite para ampliarmos nosso olhar:
– sobre nossa própria postura;
– sobre como tratamos a história;
– sobre como enxergamos o outro;
– sobre o que estamos dispostos a mudar.
Mais do que uma data no calendário, é um exercício permanente de responsabilidade. Afinal, honrar Zumbi, Dandara, Luiza Mahin, Tereza de Benguela, Machado de Assis, Abdias do Nascimento e tantos outros é também construir um Brasil mais justo, mais igualitário e verdadeiramente democrático.













