Homem tem prejuízo de R$ 300 mil após cair no golpe do nudes: ‘verdadeiro terrorismo psicológico’

Esquema criminoso incluiu chamada de vídeo com falsos delegado e juiz. Caso é investigado pela polícia

Por g1 BA e TV Bahia

Homem tem prejuízo de R$ 300 mil após cair no golpe do nudes na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

Um baiano foi vítima do “golpe do nudes”, aplicado por uma quadrilha que se passava por policiais e até por um juiz do Rio Grande do Sul. Diante das ameaças, ele chegou a depositar R$ 300 mil para os criminosos.

Bastaram poucas conversas pelas redes sociais até que esse homem, que prefere não se identificar, fosse vitima do golpe.

“Eu cheguei a clicar em um link que tinha um número de uma determinada pessoa e esse número me direcionou para um segundo numero. No dia seguinte, esse segundo número entrou em contato comigo, falando que eu era bonito e acabou mandando um nudes para mim”, disse o delegado.

“Eu retribuí essa nude. Não era menor de idade, as fotos e as informações batiam”.

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Logo da troca de mensagens, a vitima foi surpreendida por ligações de falsos policiais. Era o inicio das ameaças e chantagens que acabaram em extorsão.

Criminoso se passou por delegado — Foto: Reprodução/TV Bahia

“No dia 10, eu recebo uma ligação de um delegado do Rio Grande do Sul. Esse delegado disse que estava com a família desse adolescente, que ele era menor de idade. Que eu estava sendo acusado de pedofilia, que eu poderia ser preso. Um verdadeiro terrorismo psicológico”, afirmou.

Os criminosos ainda fizeram vídeo chamadas para intimidar ainda mais a vítima.

“Um segundo delegado fez uma chamada de vídeo com banner da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, distintivo e eles possuíam todos os meus dados. Isso foi o que fez com que eu acreditasse no que estava acontecendo”.

A vítima acabou cedendo às chantagens e transferiu um valor alto para os criminosos.

“É uma situação que a pessoa pode cometer uma loucura e tirar a própria vida. É uma coisa muito grave”.

Os criminosos agem em várias regiões do país e têm usado informações e dados relacionados a policia civil para aplicar o golpe. É o que conta o diretor do Departamento Repressão a Crimes Cibernéticos do Rio Grande do Sul.

“O crime cibernético é sem fronteiras. O autor reside em uma unidade federativa, mas as vítimas são espalhadas por todo o Brasil”, explicou o diretor do Departamento de Repressão a Crimes Cibernéticos do Rio Grande do Sul, Eibert Moreira.

  • O golpe começa por aplicativos de mensagem ou redes sociais, geralmente com perfis falsos.
  • No inicio, há troca de mensagens que parecem normais, mas evoluem para o envio de vídeos íntimos.
  • Logo depois, começam as ligações de supostos delegados ou autoridades policiais, alegando que a vítima trocou mensagens com uma pessoa menor de idade.
  • Sob forte pressão psicológica, os golpistas exigem pagamentos imediatos via PIX para “encerrar o caso” ou “abafar o processo”.
  • As extorsões continuam até que a vítima desconfie ou registre boletim de ocorrência.

O delegado Eibert Moreira reforça que a polícia não faz esse tipo de abordagem e explica como a vítima deve agir.

“Se você tiver a certeza que foi vítima de um golpe como esse e efetuou o pagamento via PIX, você pode se valer do MED, que é o Mecanismo Eletrônico de Devolução, para que o seu banco faça o bloqueio dos valores no banco destinatário”.

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