Homenagem: Lupicínio Rodrigues e Pixinguinha são declarados patronos da MPB

FONTE: Raissa Abreu/Rádio Senado

Lupicínio Rodrigues, inventor da “dor-de-cotovelo” como gênero, e Pixinguinha, mestre do choro, destacam-se por seu pioneirismo e criatividade

Blog do Eloilton Cajuhy – BEC

Foto Lupicínio: Arquivo Nacional, Public domain, através da wiki Wikimedia Commons / Foto Pixinguinha: Public domain, através da wiki Wikimedia Commons

Quem é que nunca chorou um amor perdido ao som de “Nervos de Aço”? As canções de Lupicínio Rodrigues fazem parte da memória afetiva de gerações de brasileiros e brasileiras, não é? Pois, desde a semana passada, essa marca existe também na legislação nacional. O presidente Lula sancionou a lei que declara o criador do estilo “dor de cotovelo” patrono da música popular brasileira. E Lupicínio não está sozinho: a lei também concedeu o título a Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha.

O projeto que deu origem a homenagem foi apresentado pelo então senador pelo Rio Grande do Sul Lasier Martins em 2019.

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Nascido em Porto Alegre em 1914, Lupicínio Rodrigues alcançou o sucesso na década de 30 do século XX no Rio de Janeiro. Seus sambas-canção foram imortalizados na voz de grandes intérpretes como Francisco Alves, Dalva de Oliveira e, mais tarde, Elza Soares, João Gilberto e Paulinho da Viola.

Certamente, Lupicínio é um dos compositores mais originais da nossa música popular. Ele se destacou como o criador da chamada “dor-de-cotovelo”. A expressão, graças a ele, passou a designar um estilo de canção, que trata das desventuras amorosas, um tema no qual Lupicínio foi um criador imbatível. Poucos foram capazes de tanta imprevisibilidade no âmbito da poesia da nossa música popular.

Esse que você ouviu é o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. Ele foi o relator do projeto na Comissão de Educação do Senado, e acolheu a sugestão do senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, para que a homenagem incluísse também aquele que deu ao choro a sua identidade.

Pixinguinha nasceu em 1897 no Rio de Janeiro. Suas composições e arranjos são considerados sofisticados até os dias de hoje.

Temos uma constelação de músicos da maior diversidade, mas é emblemático também porque o Pixinguinha traz uma questão histórico-cultural e social da maior importância. Foi o precursor do choro, e o choro inspirou a música popular brasileira. A gente tá falando de um negro que fez sucesso nos idos de nossa longeva história.

A lei brasileira diz que para que alguém seja declarado patrono ou patrona em um determinado campo, é preciso que essa pessoa tenha se destacado pela sua “contribuição excepcional ao segmento pelo qual a sua atuação servirá de paradigma”, ou seja, um padrão.

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