Blog do Eloilton Cajuhy
Na África, o pilão conserva um papel destacado na alimentação, moendo grãos e sementes. Foi dali que chegou ao Brasil, junto com os navios negreiros. Troncos de madeiras duras – peroba, guatambu, gameleira, limoeiro, maçaranduba – eram escavados no fogo, para trabalhar milho e farinha de mandioca, de início, e café na sequência.
Uma das imagens mais comuns da vida cotidiana africana é uma mulher socando comida em um pilão de madeira. No tocante à cultura rural brasileira, pode-se afirmar que todas as casas nas zonas rurais usavam algum pilão. Os pesquisadores afirmam que essa ferramenta deve ter sido copiada dos árabes.
Em 1638, nos terreiros próximos às portas das cozinhas, já havia registro do emprego de pilões no preparo da farinha de mandioca e óleo de semente de gergelim, em substituição ao azeite de oliveira.
Câmara Cascudo ressalta que o pilão é uma espécie de gral ou almofariz, de madeira rija, como a sucupira, com uma ou duas bocas, e tamanhos variados, desde os pequenos, para pisar temperos, até os grandes, para descascar e triturar o milho, café, arroz, etc.