
Aconteceu entre os dias 9 e 10 de março, o segundo seminário de trabalhadores/as do campo promovido pela CPT/BA, Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais na Bahia (AATR) e movimentos e organizações sociais da diocese de Bonfim. Com o título, “Espaço: Dialogo da Terra”, o evento teve como objetivo refletir a questão agrária, reanimar e fortalecer a organização conjunta dos trabalhadores/as da região de Monte Santo, como também lutar contra a inércia dos poderes do Estado, frente aos atos de violência e violações aos direitos humanos dos trabalhadores.
O seminário teve inicio com a mística e acolhida dos participantes, organizada pelos movimentos sociais. Em seguida, Antonio Celio da CPT fez uma memória da retomada do trabalho de animação dos camponeses (as) do município de Monte Santo, como também dos encaminhamentos do primeiro seminário realizado nos dias 30 e 31 de agosto de 2014, em Senhor do Bonfim.
Outro momento importante foi a partilha das experiências de luta e dos desafios que cada movimento vêm enfrentando hoje para defender e garantir o seu território, diante do atual modelo econômico. O professor Adriano de Oliveira Lima, do Geografar, trouxe dados da sua dissertação, baseada em pesquisas feitas nos assentamentos Sitio do Meio e Cassatinga, no município de Itiúba (BA).
Adriano defendeu uma maior aproximação da universidade com a luta dos camponeses pela terra, até mesmo para dar visibilidade a esses conflitos. Para o professor, o entendimento da questão agrária no campo é um ponto que ainda precisa ser discutido em conjunto com os camponeses.
“A reforma agrária não pode ser pensada apenas como acesso à terra. É preciso discutir formas de sustentabilidade”, defende. Ele criticou também as políticas públicas que são disponibilizadas para o campo. Na região de Monte Santo, a terra está concentrada nas mãos de apenas 5% das pessoas. “Viver no campo é ter acesso a terra e garantir meios de sustentabilidade”, defende.
Na avaliação, os trabalhadores (as) disseram que o “Espaço: Dialogo da Terra” foi um momento rico de reflexão sobre a conjuntura agrária que o país está passando e, consequentemente, as comunidades de Monte Santo e região. Para todos os presentes, ficou evidente a necessidade de manter esse grupo articulado e atento na defesa do seu território para assim garantir o seu modo de vida.
*CPT-BA