A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) minimizou decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal contrárias às investigações.
Da Rádio Senado, Hérica Christian
Após pouco mais de quatro meses e meio, a CPMI do 8 de Janeiro deverá encerrar os trabalhos nos próximos dias. A senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, vai apresentar o relatório no dia 17 para votação no dia seguinte.
Apesar de ainda não ter sido respondido o recurso ao Supremo Tribunal Federal para o uso das informações relacionadas às quebras dos sigilos do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, Eliziane Gama afirmou que o parecer não fica comprometido porque outros documentos serão usados.
Já o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, minimizou o fato de a CPMI não ter tido reuniões nas últimas semanas. E considera que não há necessidade de prorrogação dos trabalhos, previstos para serem encerrados apenas em novembro.
“A CPI está concluindo os seus trabalhos. Essas duas últimas oitivas que foram agendadas, uma cancelada, uma trouxe elementos novos, que foi o financiamento. A outra não traria mais nenhum tipo de novidade, nenhuma informação relevante para a conclusão do relatório. No tempo que ela tinha, ela já concluiu o seu trabalho sem precisar prorrogar mais”, disse Rogério.
A oposição deverá apresentar dois votos em separado. O senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo, argumentou que a CPMI não ouviu as pessoas presas pelos atos do dia 8. E reforçou que o Ministério da Justiça não enviou as imagens do prédio que mostrariam o efetivo da Força Nacional de Segurança Pública.
“Então nós vamos preparar o nosso para que coloquemos por terra essa narrativa de que houve atos de terror. Atos de terror houve quando em 2014, em 2016, o MST tentou invadir o Supremo, invadiram a Câmara, botaram fogo na Esplanada dos Ministérios. Tudo isso virou ato democrático. Nada disso é antidemocrático. Antidemocrático só a partir de Jair Bolsonaro. O nosso relatório certamente é para divulgar essa narrativa”, falou Magno Malta.
Desde maio, quando da instalação, a CPMI do 8 de Janeiro ouviu vinte convocados, entre eles, os ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro, general Augusto Heleno, e de Lula, general Gonçalves Dias, além do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e de oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal. A comissão foi instalada por uma iniciativa da oposição para investigar a suposta omissão do governo federal em relação aos ataques.