Rodolfo Cordeiro Lucas era réu por tentativa de feminicídio. Caso aconteceu em julho de 2021.
Por g1 BA

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) absolveu o médico Rodolfo Cordeiro Lucas, acusado de tentar matar a médica bonfinense Sattia Lorena Patrocínio Aleixo, em julho do ano passado. A vítima caiu do 5° andar do prédio em que morava com o médico, durante uma briga. A decisão cabe recurso.
A decisão foi tomada pelo juiz Vielbado José de Freitas Pereira no dia 7 de novembro deste ano, mas confirmada pelo TJ-BA e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que pediu a absolvição do réu, nesta quinta-feira (17).
O caso aconteceu na madrugada de 20 de julho de 2021. A Polícia Civil concluiu o inquérito, indiciou o médico por tentativa de homicídio e encaminhou o documento para o MP-BA.
Em agosto deste ano, o Ministério Público chegou a denunciar Rodolfo Cordeiro Lucas, que passou da condição de suspeito a réu do processo em que foi acusado de cometer o crime de feminicídio na modalidade tentada.
Antes do MP-BA mudar de ideia e pedir a absolvição do acusado, ocorreu uma mudança de promotor responsável pelo caso. O processo começou a ser analisado por David Gallo e terminou com Fernando Lucas Carvalho Villar de Souza. O motivo da mudança não foi informado pelo órgão.
Em nota, o MP-BA informou que a absolvição foi determinada em conformidade a todo o conjunto de provas coletadas durante o processo penal. Segundo o órgão, com base em laudos periciais, inclusive na reprodução simulada, é de que não há provas de crime de tentativa de homicídio. Os detalhes dos laudos periciais e informações sobre a reprodução simulada não foram divulgados.
A defesa do médico informou que sempre acreditou na absolvição do cliente, porque os elementos apontavam que a médica teria se jogado do prédio.
A família de Sattia Lorena informou que a médica está bem e lúcida. Sobre a decisão, informou que está indignada com o resultado e que vai recorrer.
Caso

O caso aconteceu na madrugada do dia 20 de julho, durante uma discussão do casal no prédio onde eles moravam, no bairro de Armação, em Salvador. Sáttia Lorena chegou a ficar em coma induzido e foi ouvida pela polícia cerca de um mês depois do ocorrido. Segundo a polícia, o trauma que ela sofreu comprometeu a memória recente da médica.
Rodolfo, companheiro de Sáttia, chegou a ser preso em flagrante pelo crime, mas foi solto por decisão judicial.
Além da própria Sáttia, o suspeito foi ouvido pela polícia. Testemunhas também prestaram depoimentos.