Com o crescimento de casos de doenças cardiovasculares após a covid, estratégias de alimentação – como se render a comida ultracongelada – pode ser crucial para a boa saúde.
A pandemia ainda está em curso, mas os profissionais de saúde já conseguem perceber algumas sequelas. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o número de mortes por doenças cardiovasculares cresceu mais de 130% nesses dois últimos anos. Entre as causas, estão, além do abandono de tratamentos, o descuido com a alimentação, um dos fatores que podem contribuir e muito para o progresso da doença.
Segundo a nutricionista Tamires Santana, mestre da Universidade de São Paulo e especialista em bioativos que ajudam a minimizar os danos das doenças coronárias, quando instalada as placas de ateromas – placas de gordura oxidada que se grudam nas artérias dificultando o fluxo de sangue, o que pode levar ao infarto – é preciso tomar algumas medidas, além da medicação avaliada pelo médico, como observar a alimentação.
“A dieta DASH, é uma das campeãs quando o assunto é cuidado com a hipertensão. É simples, fácil de aderir e não requer compra de ingredientes caros ou difíceis de encontrar. Ela é baseada em maior ingestão de laticínios magros, peixes, óleos vegetais, hortaliças, frutas e grãos como linhaça com poder de se converter em ômega 3, importantíssimo no controle da doença”, explica Tamires. Além disso, a dieta DASH também incentiva a diminuição do consumo de sódio e açucares, gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos industrializados.
A nutricionista Ana Carolina Pereira da Silva, da Pratí, empresa de comidas ultracongeladas, não apenas concorda com Tamires, como também explica que uma das formas de melhorar a alimentação é a organização. “Após a pandemia, uma grande parte das pessoas continuaram a trabalhar de casa, mesmo que seja um ou dois dias da semana. Antes bastava ir até o restaurante e a comida estava pronta, mas em casa as pessoas não se planejam para se alimentar. Difícil ter tempo de cozinhar e comer, durante a hora de almoço em casa. O que ocorre é que elas acabam ‘comendo qualquer coisa’ ao invés de escolher uma alimentação balanceada e saudável”, diz.
A fala de Ana Carolina tem fundamento. Segundo a pesquisa “O Futuro do Food Service”, feita pela Fispal Food Service no final de 2021, 41,6% dos entrevistados relataram que aumentaram o consumo de marmitas ou comidas congeladas após a pandemia. “O ideal é que as pessoas se organizem para o momento da alimentação: organize as compras, tenham frutas sempre a mão e, para quem não tem tempo ou habilidade na cozinha, se rendam a compras de comidas congeladas que estão sempre à mão, são práticas e equilibradas”, comenta a nutricionista.
Comida congelada X nutrientes
Se a premissa é ter mais acesso a vitaminas e minerais através da alimentação, há uma certa e válida preocupação em relação a comidas congeladas. Ainda segundo a nutricionista da Pratí, o ideal é que se busque empresas que tenham sistema de ultracongelamento de suas refeições. “A técnica de ultracongelamento dispensa o uso de conservantes, estabilizantes e corantes, uma vez que reduz a proliferação de micro-organismos e não altera as propriedades dos alimentos. O resultado é uma comida congelada de forma mais saudável e natural. Além disso, ainda há o ganho de comer alimentos saudáveis, ricos em fibras e, claro, onde há pouco desperdício, pois a quantidade da marmita acaba sendo ideal para a pessoa naquele momento”, complementa Ana Carolina.
Ainda segundo ela é preciso também tomar cuidado na hora do descongelamento. “Seguindo as instruções do fabricante na embalagem, só há benefícios quando o assunto é comida saudável congelada”, afirma.