Técnico lista jogadores para referenciar boa geração e volta a pedir reflexão, também na mídia, para além do ouro: “Não é peso de medalha que quebra paradigmas”

Gol relâmpago e exibição de gala no Maracanã. Mais do que os seis gols contra Honduras, o Brasil de Rogério Micale segue trajetória irretocável depois dos primeiros dois jogos frustrantes no torneio olímpico.
Talvez o treinador não concorde com o adjetivo “frustrante” e pode ter toda a razão. Afinal, no pior momento da equipe, ele dizia que manteria suas convicções e argumentava que faltava a bola entrar para levar o nervosismo e a ansiedade de seus meninos passarem. Mas o discurso foi todo feito em tom conciliador. Citando os jogadores da atual geração, companheiros de Neymar, ele lembrou que o futebol brasileiro não está morto, incluindo ainda, sem perceber, releitura da frase que ficou famosa na boca de Renê Simões: – Neymar é um monstro – definiu Micale.
No próximo sábado, o time briga pela medalha de ouro com a Alemanha, que derrotou a Nigéria por 2 a 0 na outra semifinal, em São Paulo. Com 12 gols marcados e nenhum sofrido em cinco partidas, a seleção está pela quarta vez numa decisão olímpica e já é recordista de medalhas no futebol masculino – três de prata (1984, 1988 e 2012), duas de bronze (1996 e 2008) e o ouro ou prata dessa edição dos jogos carioca.
Na entrevista coletiva, Micale comemorou o resultado e valorizou a briga dos atacantes pela bola, como no primeiro gol de Neymar – após o atacante pressionar o meia e o goleiro, dividindo nos dois lances e marcando para o Brasil.
– Considero que fazemos uma campanha boa. Um futebol com nossa essência, nossa característica. Um futebol bonito. A equipe se doou, encorpou, lutou muito para conseguir recuperar a bola. Fomos premiados com gol logo no início com o Ney. Chegamos nessa reta final fortes. Cada jogo tem sua história, vamos ter que fazer outra história agora. Crescemos no momento importante – diz.
*GloboEsporte.com