Treze de novembro é Dia Mundial da Gentileza; Psicanalista lembra que ser gentil auxilia no bem estar e na produção dos hormônios do bem

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A importância da Gentileza e Gratidão para nosso sistema emocional

*Por Drª Andréa Ladislau – Psicanalista

No Dia Mundial da Gentileza, 13 de novembro, lembramos do que nos torna mais humanos. Esse gesto tão simples e que, sem dúvida alguma, faz muita diferença na vida das pessoas. A gentileza é uma atitude que transforma. É o remédio para muitos males.

Os ecos de um gesto gentil são efetivamente infinitos, assim como o sentimento de gratidão. Seja sempre gentil em suas palavras, ações e pensamentos. Assim como a gratidão também deve ser valorizada, pois ambos, gentileza e gratidão, contribuem de forma positiva para equilibrar nosso sistema emocional.

Por vezes, ouvimos as pessoas dizendo: “Por mais que eu faça para as pessoas, não sinto que estão agradecidas e isso me magoa muito”. “Fiz tanto e o outro não me deu valor”.

Então, vamos pensar juntos sobre isso: Pergunte a si mesmo: A pessoa pediu sua ajuda? Se pediu, e pede sempre e não é agradecida, está na hora de você rever essa relação. Será que você não está sendo abusado pelo outro? Será que você não está sendo usado? Se for esse o motivo, o problema está mais em você do que nela. Falta você aprender a dizer não e não se colocar sempre disponível.

De que adianta fazer, ajudar e estar sempre sentindo-se mal depois por que esperou receber algo e não recebeu? No entanto, em algumas situações, a pessoa pode não estar agradecendo por se sentir humilhada. É difícil ter de depender de alguém para alguma coisa ou ficar em dívida sempre. Avalie também suas atitudes, veja se você se oferece para ajudar, ou já vai tomando iniciativa? Em alguns casos, o outro pode estar sem graça de recusar sua ajuda e considerar você como uma espécie de intrometido.

Mas porque você ajuda? Por que te faz bem? Então, o simples ato de ajudar já seria suficiente. Praticar a gentileza sem esperar nada em troca é a melhor atitude a ser praticada. Não precisa ter agradecimento. Ou você ajuda para as pessoas gostarem de você? Você ajuda para parecer bonzinho? A melhor pessoa do mundo? Se for isso, a falta de agradecimento vai magoar mesmo.

Pois, neste caso você faz sempre para receber algo em troca e isso tem muito mais a ver com seu ego que precisa estar satisfeito do que com a sua boa vontade em ajudar o outro de alguma forma. E o pior: neste sentido o indivíduo que ajuda se magoa, sofre por dentro, se sente o mais injustiçado, promete vingança: “nunca mais vou ajudar”, mas está sempre renovando esse sentimento e a necessidade de fazer para satisfazer o seu ego. E repete tudo de novo: faz e fica magoado. Lembre-se, não demonstrar gratidão, não quer dizer que não há estima, amor. Há pessoas que são mais tímidas, tem dificuldades de demonstrar sentimentos.

O mais importante é você pensar e avaliar a razão que te deixa magoado, acredito que não seja só a falta de agradecimento.

Questione-se e encontre suas respostas: Porque tenho que ser perfeito, ajudando a todos? Ser gentil é uma atitude altruísta que auxilia e muito no sentimento de bem estar e na produção dos chamados hormônios do bem. Assim como a gratidão também auxilia nessa produção.

Ela promove o estímulo neural que libera a produção de hormônios propiciando uma sensação de prazer. Hormônios como a oxitocina, endorfina e a serotonina. Orientados por estas premissas, não podemos deixar de pontuar os aspectos relevantes destes benefícios para a nossa saúde como um todo, pois uma vez que nosso sistema imunológico está fortalecido por uma onda de hormônios do bem, sem dúvida, teremos uma consequente elevação de melhoria do sistema imunológico, diminuindo os riscos de doenças e também possibilitando o prolongamento da vida, já que também teremos uma maior produção das células de defesa do organismo.

Porém o autoconhecimento nos leva a criticar o que sentimos, nos levando a tentar entender quem quero agradar a todo momento, a mim ou ao outro? Porque o não reconhecimento do outro me incomoda tanto? Esse personagem bonzinho, que consegue tudo, resolve tudo, faz tudo, é importante para que eu me sinta preenchido? Tenho medo de perder as pessoas, perder a admiração delas se não ajudar sempre? Estou querendo holofotes? Ou a gentileza que pratico e carrego são genuínas, me fazem e não espero nada em troca? Vale muito a reflexão.

No entanto, essa necessidade de fazer e receber a gratidão e o magoar-se, gerando conflitos, cobranças e sofrimentos, não é nada saudável, nem equilibrado. Isso exige muito de você e alimenta transtornos psíquicos desnecessários e coloca-o dentro de um ciclo vicioso onde, o chicote imaginário entra em ação para te punir emocionalmente, cada vez que o agradecimento não vem. A grande verdade é que o verdadeiro equilíbrio está em fazer e não criar expectativas, pois com ela vem a frustração.

E, só fazer até onde pode. Não fazer e gerar sacrifícios por ter que agradar sempre. No fundo, agindo assim você não está sendo honesto com as pessoas e muito menos com você. Não faz por compaixão ou por gentileza ou gratidão, faz pelo reconhecimento. Faz para que o outro fique te devendo algo.

Para que possa se sentir poderoso e para diminuir, emocionalmente, a pessoa a quem ajudou. Se você fez e a pessoa não agradeceu, não teve gratidão, certamente, isso fala mais dela do que de você. Não precisa sofrer. Só precisa rever suas atitudes e se posicionar de outra maneira.

Enfim, pense nisso e analise se a sua mágoa pelas pessoas não te agradecerem, não está alocada em outras questões. Ninguém sabe pelo que o outro possa estar passando, então leve um sorriso e uma mão estendida sempre que possível, sem esperar nada em troca. Seja grato e gentil. Afinal, podemos sim, ser sol no dia nublado de alguém. E desta forma, seremos recompensados com uma sensação de prazer por ter conseguido, através de um ato sensível, auxiliar e fazer o dia do outro mais leve. Não esqueça: Pequenas atitudes podem transformar o mundo.

*Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

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