Rui Costa comemora aprovação da Sputnik V, mas alerta: ‘Quantidade autorizada está muito abaixo da real necessidade’

FONTE: Por G1 BA

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on email
Share on telegram
Aprovação foi feita após quase sete horas de debates e apresentação de relatórios. Além da Sputnik V, a vacina Covaxin também foi aprovada. Decisão vale apenas para lotes específicos de imunizantes
Rui Costa comemorou aprovação da Sputnik V, mas fez alerta — Foto: Reprodução/Facebook/Embaixada da Rússia no Brasil

O governador da Bahia, Rui Costa, comemorou a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com restrições, do pedido de importação excepcional das vacinas Sputnik V contra a Covid-19.

A aprovação foi feita após quase sete horas de debates e apresentação de relatórios. Além da Sputnik V, a vacina Covaxin também foi aprovada. A decisão vale apenas para lotes específicos de imunizantes trazidos de fora e não configura autorização de uso emergencial pela agência.

Em março deste ano, o governador Rui Costa e o Fundo Soberano Russo assinaram um contrato para a compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik V.

“É apenas o início, mas depois de muita luta conseguimos aprovação para importar e aplicar a Sputnik V. A quantidade autorizada pela Anvisa está muito abaixo da real necessidade. Agora, é batalhar para fazer chegar logo o que foi aprovado e vacinar nosso povo. Vacina salva vidas”, disse o governador da Bahia.

O secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas também comemorou a aprovação dos imunizantes, mas afirmou que a decisão foi tomada de forma tardia. Na proposta inicial do relator, Alex Campos, cada UF vai ter um número de doses limitado a 1% da população do estado para facilitar as medidas de controle e supervisão dos efeitos. Para a Bahia, a quantidade permitida será de 300 mil.

“Acredito que essa decisão é uma vitória do bom senso sobre o preciosismo tecno-burocrático. O voto do diretor relator deixa claro que a preponderância das graves condições epidemiológicas atuais se fez valer sobre as rigorosas exigências técnicas, que todos nós vínhamos apontando serem descabidas, no momento atual”, afirmou o secretário.

“Pena que essa decisão venha tarde e ainda recheada de condicionantes que precisam ser observadas, atrasando ainda mais a vacinação maciça que precisamos no país”, concluiu.

A Sputnik V foi requisitada por seis estados: Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. Em abril, um pedido de 30 milhões de doses para 14 estados foi rejeitado pela Anvisa.

A Anvisa já aprovou para uso no Brasil a CoronaVac, a vacina de Oxford/AstraZeneca, a da Pfizer/BioNTech e a da Johnson. Esta última, entretanto, ainda não tem doses disponíveis no país.

Uso sob condições especiais

Durante a tarde, os gerentes de três áreas técnicas da Anvisa deram pareceres sobre as vacinas, fizeram ressalvas e sugeriram condicionantes caso os diretores decidissem pela aprovação da importação.

Por conta do que chamaram de “incertezas técnicas” presentes na documentação das vacinas Sputnik V e Covaxin, a Gerência de Medicamentos, a de Inspeção e Fiscalização Sanitária e a de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária da Anvisa recomendaram que fossem seguidos protocolos para uso controlado dos imunizantes.

Segundo o relator, Alex Campos, cada estado também terá um número de doses limitado a 1% da população do estado para facilitar as medidas de controle e supervisão dos efeitos. Abaixo, a quantidade permitida para cada um:

  • Bahia: 300 mil
  • Pernambuco: 192 mil
  • Ceará: 183 mil
  • Maranhão: 141 mil
  • Piauí: 66 mil
  • Sergipe: 46 mil

Eficácia da Sputnik

A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100% — Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters

A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a Covid-19, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.

A vacina também funcionou em idosos: uma subanálise de 2 mil adultos com mais de 60 anos mostrou eficácia de 91,8% neste grupo. Ela também foi bem tolerada nessa faixa etária.

A vacina é a quarta a ter resultados publicados em uma revista, depois de Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Moderna. Quando isso acontece, significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.

Veja também