Você termina o ensino médio, e te dizem que você não tem faculdade.
Você termina a faculdade, e te dizem que você não tem emprego.
Você consegue o emprego, e te julgam por não ganhar bem.
Você ganha bem e te criticam por não cuidar do corpo.
Você paga nutricionista, dieta e academia, e te dizem que você abandonou a família. Você constrói uma família e te dizem que você não tem casa própria.
Os 20 e poucos anos tão matando muita gente.
Você mal entendeu o que quer da vida, e te cobram casamento, filhos, 6 idiomas, e um carro do ano. Mas não te dizem quanto isso custa.
A vida começa com uma cobrança enorme e um emprego de 1.200 reais, isso pra você poder “ser alguém”. É ridículo.
O tempo vai passando. A gente abre o Instagram e parece que a vida de todo mundo tá melhor que a nossa. A ansiedade aparece gritando que você tem pouco tempo, que tá pra trás, que é inútil, fracassado.
Quanto mais você amadurece, menor fica seu círculo de amigos. Baladas não são mais tão divertidas. Você descobre que alguns amigos não eram tão amigos. Começa a se culpar pelo erro dos outros. Descobre que o “pra sempre” é cada vez mais curto. Você se vê trabalhando onde nunca imaginava, gostando de coisas que nunca achou que gostaria.
Com o tempo sua maior vontade não é mais entender os outros, é entender a si mesmo. A vida parece se alternar em dias médios e horríveis. O tempo passa mais rápido. Você pensa em ontem e se dá conta que já se passaram 10 anos.
Os 20 e poucos anos não são legais.
Com 15 a gente não sabe nem fazer currículo, com 25 tem que ter uma empresa. Não importa nossa saúde psicológica, nem emocional, nem física.
Não importa se estamos infelizes, ansiosos, ou depressivos. O que importa é se você “é alguém”.
Parece bobeira, mas enquanto vocês só veem dinheiro, a gente vai morrendo por ser tanta coisa e ninguém ver.
Texto do Professor Aclerton.
Veja no vídeo acima a reflexão do locutor Eloilton Cajuhy baseada no texto do Professor Aclerton.