Dia Nacional da Adoção: número de interessados em adotar caiu durante a pandemia

FONTE: Brasil 61

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São 4.260 crianças e adolescentes disponíveis para adoção no país e 32.863 pessoas interessadas em se tornar tutor legal. Em 2020, o número de interessados em adotar era de 35.128
Foto: Agência Senado

O Dia Nacional da Adoção é celebrado nesta terça-feira (25) e foi instituído no Brasil por Lei em 2002. A data é um chamado à conscientização e à reflexão sobre a importância de adotar. De acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento são 4.260 crianças e adolescentes disponíveis para adoção no país e 32.863 pessoas interessadas em se tornar tutor legal. Em 2020, o número de interessados em adotar era de 35.128.

Ainda assim, existem mais pessoas querendo adotar do que crianças e adolescentes disponíveis para adoção no Brasil. Segundo a especialista em direito de família Anne Ramos, isso se dá em razão da diferença entre o perfil desejado pelos adotantes e o perfil dos indivíduos disponíveis para serem adotados. “O perfil desejado pelos adotantes é que os futuros filhos tenham até três anos de idade. Assim, quanto mais avançada a idade da criança, menos chances ela tem de ser adotada. Além disso, a maioria dos adotantes não aceita adotar irmãos”.

Ainda de acordo com a advogada, para solucionar a questão é preciso que haja uma conscientização pela mudança desse perfil. “A vontade dos adotantes deve ser sempre respeitada, mas temos que enfatizar sempre que o amor deve estar acima de balizas etárias ou de número de irmãos, pois essas preferências têm feito com que muitas vidas permaneçam em instituições”, afirma.

Neste ano, várias propostas de projetos de lei estão em tramitação e análise para o aperfeiçoamento do processo de adoção. Em nota enviada à reportagem, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) informou que está “elaborando um plano de ação para promover o instituto da família acolhedora, com foco nos órfãos da Covid-19 e também pretendem incentivar as políticas de acolhimento familiar como alternativa à institucionalização de crianças e adolescentes”.

Apoio aos órfãos da pandemia

No início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, um grupo formado por várias organizações da sociedade civil, profissionais e demais voluntários criaram a Rede de Apoio e Amigos de Vítimas Fatais da Covid-19 no Brasil.

“Nós temos casos de crianças que perderam os pais e sofreram uma mudança drástica em suas vidas. Muitas vezes tiveram que ficar com parentes próximos, pela perda da mãe ou do pai. O efeito disso é devastador”, comenta o membro da Coordenação da Rede de Apoio, professor Paulo Pedrine.

Ainda segundo o professor, durante o período de pandemia, a Rede oferece diversos tipos de suporte. “Principalmente através do trabalho de amparo psicológico. Às vezes, eventualmente, aparece um caso ou outro de um apoio pontual ou às vezes até material. Mas a maioria dos apoios é de ordem psicológica”.

O estado com o maior número de crianças e adolescentes na fila para adoção é São Paulo, com 974. Minas Gerais ocupa o segundo lugar com 718 e o Rio Grande do Sul completa o ranking dos três estados com 644.

Na faixa etária para adoção, as crianças com menos de 3 anos estão em menor quantidade, são 673. Já a lista com adolescentes com mais de 15 anos soma 1.123 à espera de um lar. 

Dificuldades em adotar durante a pandemia

A especialista em direito de família Anne Ramos, explica que o processo de adoção durante a pandemia do coronavírus passou por adaptações. “As instituições de acolhimento tiveram que utilizar o meio virtual para realizar as entrevistas e os procedimentos. Assim, os trabalhos dos psicólogos e assistentes sociais tiveram que ser reformulados e adaptados, o que gerou uma demora maior e uma consequente redução nas adoções no último ano”

Desde a adolescência, a empresária Suênia Dantas, 38, sonhava em adotar uma criança. Pouco antes da pandemia, ela entrou para a fila de adotantes e se tornou apta, mas por conta da circulação do coronavírus, o processo se tornou mais lento. “A gente não podia ter contato físico. Acabou que eu não visitei nenhuma criança, mas eu já estou com tudo regularizado para que assim que surja a oportunidade, encontre o meu filho e o processo se viabilize”, explica.

A empresária diz não se importar com o sexo da criança. “Não tenho preferência, pode ser menino ou menina, o que vier será bem-vindo. Mas gostaria que fosse uma criança de quatro a nove anos de idade”.

Lista de adoções e pretendentes por estado

UFDisponível – vinculada a pretendenteDisponível – não vinculada a pretendenteFila de adoçãoPretendentes Disponíveis
AC731063
AL38644348
AM374380122
AP21021111
BA112521641.152
CE99101200814
DF313566359
ES6244106690
GO9925124972
MA322254191
MG4682507184.045
MS6165126305
MT253560627
PA542377293
PB262854435
PE5991150965
PI422264104
PR1862464322.523
RJ3811104913.413
RN361753424
RO111425237
RR581347
RS3333116443.836
SC58951532.699
SE261743299
SP6203549747.633
TO9817156

Fonte: Brasil 61

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