Coudet e Dome travam duelo gringo em Inter x Flamengo que vale a liderança do Brasileirão

FONTE: Por Cahê Motta e Eduardo Deconto — Porto Alegre e Rio de Janeiro

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Argentino e espanhol comandam Colorado e Rubro-Negro, líder e vice-líder que se enfrentam neste domingo, às 18h15, no Beira-Rio, pela 18ª rodada
Arte / ge

Inter e Flamengo, líder e vice-líder, fazem “O” jogo da 18ª rodada do Brasileirão em um duelo (muito) direto pela liderança neste domingo, às 18h15, no Beira-Rio. As duas equipes somam 34 pontos – com vantagem no saldo de gols para o Colorado – e, quem vencer, assume a ponta de forma isolada.

Mas independentemente disso, o certo é que o primeiro colocado ao término da rodada falará espanhol. Muda só o sotaque. De um lado, o argentino Eduardo Coudet comanda o Inter, do outro, o espanhol Domènec Torrent é quem lidera o Flamengo.

Os dois treinadores gringos que lideram o Brasileirão travam um confronto à parte no jogo que vale “apenas” a primeira colocação a duas rodadas do fim do primeiro turno. E levam a campo ideias semelhantes, mas também diferentes para a partida.

Em comum, são adeptos de estilos ofensivos. Também adotam rodízio a cada jogo, para escolher sempre os que estão em melhores condições. Tanto Inter quanto Flamengo são equipes que prezam pea posse de bola.

Mas também há diferenças, que começam já nas entrevistas coletivas. Coudet não foge da língua materna, ao passo que Dome se esforça desde a primeira fala para se expressar em português.

Coudet sem descanso

O argentino assumiu o Inter no início do ano para tocar um projeto de ruptura de estilo de jogo, nas palavras da diretoria. A intensidade virou mantra do treinador que tenta traduzir a sua frase de cabeceira: “o Inter não caminha”.

Já são 10 meses de trabalho. Tempo suficiente para fazer do Inter uma equipe mais do que adaptada às ideias do treinador. As melhores partidas são bem ao seu estilo, com agressividade e intensidade. A a liderança do Brasileirão e a vaga na Libertadores são provas de que o técnico colhe bons frutos.

Eduardo Coudet deu novo estilo ao Inter e conquistou a torcida — Foto: Ricardo Duarte / Internacional

Mas a dita “ruptura” foi gradual e marcada por percalços. Os seis Gre-Nais com quatro derrotas e dois empates quase custaram o cargo de Eduardo Coudet – a confiança da diretoria e a multa rescisória na casa dos R$ 14 milhões o seguraram.

As oscilações também são frequentes. Entre reclamações de Coudet por ter um “elenco curto”, o Inter sofreu quando teve Libertadores e Brasileirão ao mesmo tempo. A classificação na competição continental veio com uma das piores campanhas da história do clube na fase de grupos.

O Inter iniciou o Brasileirão com a melhor arrancada desde 1979, ano do tri invicto. Chegou setembro, vieram duas competições simultâneas, e a equipe fez apenas 33% de aproveitamento com duas vitórias em nove jogos.

Mas em outubro já são quatro vitórias em seis partidas. O que eram cinco jogos sem vencer viraram sete partidas de invencibilidade até a derrota para a Universidad Católica, na última quinta-feira.

O Inter de Coudet em 2020

  • 41 jogos
  • 22 vitórias
  • 11 empates
  • 8 derrotas
  • 63 gols feitos
  • 30 gols sofridos
  • 62,6% de aproveitamento

A arrancada de Dome

De fala mansa, democrático e boa praça, Domènec Torrent fez do seu jeito pacato de ser a principal característica para que as coisas entrassem nos eixos no Flamengo.

Em meio ao turbilhão de questionamentos após a goleada sofrida para o Del Valle, pediu tempo e pregou paciência. Deu certo. De lá para cá, o time não perdeu mais.

São 10 partidas de invencibilidade, oito vitórias e dois empates, de um Flamengo que se moldou na marra e nas dificuldades. Sem tempo para treinar, usou os jogos como oportunidade para aperfeiçoamento e chega ao Beira-Rio com sua melhor performance em quase três meses sob o comando do espanhol.

Domènec Torrent emplacou nos últimos 10 jogos — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Os desfalques por Covid, convocações e lesões tornaram o Flamengo mais forte, e Dome resumiu em preleção antes da partida contra o Barcelona de Guayaquil que iniciou a série invicta: “quanto mais fod…, mais juntos”. A partir daí, o time viveu um processo de transformação.

Primeiro, o Flamengo passou a ser mais competitivo. Agora, já podemos dizer que Dome tem nas mãos um time envolvente, como nas vitórias sobre Corinthians e Júnior de Barranquilla.

Em 21 partidas, são 13 vitórias, quatro empates e quatro derrotas, mas uma melhora de rendimento evidente neste período de invencibilidade. O Flamengo dos últimos 10 jogos marcou o dobro de gols dos primeiros 11 (26 x 13), sofreu menos da metade (8 x 18) e encontrou um equilíbrio.

Depois de três meses, estamos melhores, compreendemos melhor o Brasileiro, as dificuldades de jogar a cada dois, três dias. Treinamos poucos dias, mas estamos felizes porque o time está evoluindo, melhorando. Estão felizes em campo – definiu Dome, com o bom portunhol que melhora a cada dia.

O Flamengo de Dome

  • 21 jogos
  • 13 vitórias
  • 4 empates
  • 4 derrotas
  • 39 gols marcados
  • 19 gols sofridos
  • 68,2% de aproveitamento

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